Dias 1 a 4


1o dia – 22/03/2013
Curitiba (PR) - Florianópolis (SC): 400,6 km

Em função do apertado tempo que dispunha para arrumar tudo que precisava só consegui montar o protetor de motor no dia da partida, isso porque a peça estava em falta em Curitiba. Com isso ao invés de sair as 8:30 como gostaríamos acabamos saindo somente as 11:00 horas.

A estrada estava tranquila, com exceção do trecho próximo a Itajaí (como sempre). Fizemos duas paradas, uma em Garuva para abastecer o estômago com pasteis e outra em Governador Celso Ramos para abastecer a moto e ligar para a minha irmã. Pelo tamanho do tanque da V-Strom e o quanto marcava no indicador de combustível era possível ir sem a necessidade de abastecer, entretanto era a primeira vez que eu pegava a estrada com essa moto e estava andando bem (em torno de 150 km/h) por isso achei prudente abastecer.

Assim que chegamos na Ilha fomos ao Arantes Bar na praia do Pântano do Sul, onde minha irmã já nos aguardava. Comemos um gostoso petisco enquanto colocamos o papo em dia. Por volta das 18:00 horas saímos em direção a Canasvieiras, onde iríamos dormir. Por conta do trânsito chegamos somente as 19:30. Instalamos-nos no apartamento dos meus pais, tomamos um banho e já saímos para jantar.

Fomos ao Boca's que fica em Cachoeira do Bom Jesus. Sem dúvida alguma é o prato de camarão a milanesa mais bem servido de Florianópolis (quem sabe do Brasil) e com preço justo. Minha irmã, meu cunhado, minha mulher e eu ficamos horas conversando e dando risadas até que a canseira bateu e decidimos nos recolher (já próximo da meia noite). Apesar de poucas horas que passamos juntos foram momentos muito agradáveis.





2o dia – 23/03/2013
Florianópolis (SC) – Cambará do Sul (RS): 469,5 km

Saímos as 10:00 conforme previsto e as 10:35 entramos na BR-101, que estava muito movimentada até o primeiro pedágio em Palhoça. Assim que o trânsito diminuiu chegamos ao morro do cavalo, onde a estrada ainda está em obras de duplicação. São poucos quilômetros e com um pouco de paciência é possível percorrê-lo em segurança e em no máximo 10 minutos.

Assim que a estrada volta ficar plana ela retorna a ser dupla e vai assim até Laguna, sempre impecável. Em Laguna o trecho de pista simples é de aproximadamente 15 quilômetros e muito truncado não sendo possível realizar ultrapassagens e nem passar dos 60 km/h. Em Araranguá a estrada também tem as mesmas características, porém o trecho de pista simples é um pouco menor, no máximo 7 quilômetros.

Fizemos uma parada rápida em Imbituba para abastecer a moto e irmos ao banheiro. Dali seguimos direto até Araranguá onde fomos para o Farol de Morro dos Conventos que possui um visual maravilhoso. Tiramos muitas fotos e ficamos curtindo o visual por mais de meia hora sob um calor muito intenso. Descemos o morro e fomos até ao Balneário de Morros dos Conventos atrás de um restaurante para almoçar. Por incrível que pareça, todos os restaurantes e lanchonetes estavam fechados. Ah, e era um sábado!

Após essa tentativa frustrada de achar um lugar a beira mar para almoçar decidimos procurar algo no centro de Araranguá, tarefa que também não foi fácil. Andamos alguns quilômetros até que encontramos uma panificadora bem arrumadinha e com um sanduíche muito bom.

Após saciarmos a fome seguimos viagem até Terra de Areia aonde paramos para abastecer e na sequencia pegar a Rota do Sol. Ainda na BR-101, no trecho gaúcho, muita atenção ao passar nos vilarejos / trevos, pois há vários radares e a velocidade máxima permitida é 80 km/h.

Assim que entramos na Rota do Sol ironicamente ele desapareceu e conforme fomos subindo o frio foi surgindo. A pista é simples com muitas curvas fechadas e alguns túneis, portanto muita atenção. Praticamente no topo da serra fizemos uma parada no mirante que possui um belo visual do vale. Enquanto tirávamos fotos um motociclista, Flavio, de Caxias do Sul aproximou-se para um rápido papo e nos deu dicas da região dos cânions que iríamos visitar – obrigado Flavio.

Quando estávamos chegando a Cambará do Sul presenciamos um por do sol magnífico que rendeu boas fotos. E as 18:30 chegamos a pousada Encanto da Serra que havíamos reservado. Ela fica localizada em uma travessa ao lado da igreja matriz, bem no centro da cidade. São pequenos chalés de madeira, simples, espaçosos, com lareira, confortáveis e acolhedores.

Tomamos um banho e saímos para conhecer a cidade enquanto procurávamos um restaurante para almoçar, tarefa que fizemos em poucos minutos. Optamos pela Pizza Retrô bem em frente a praça central. O ambiente é muito legal e a pizza gostosa, porém levou pouco mais de uma hora para ficar pronta.







3o dia – 24/03/2013
Cambará do Sul (RS): 0 km

Antes mesmo do café, as 7:45 horas, fui as agências de turismo da cidade para agendar os passeios. Na primeira que entrei não gostei muito do atendimento e na segunda não tinham passeios para aquele dia, somente um que sairia em 15 minutos (teríamos que fazer uma correria e tanto para conseguir sair junto com aquele grupo – o que não estava em meus planos).

Face a esse cenário e a boa experiência que a Carla e eu tivemos em Pucón no Chile resolvi procurar um taxi que nos levasse aos passeios. Consegui fechar o passeio para o cânion Itaimbezinho com o Sr. Oneide (54) 9981-1035 por um preço muito parecido com o que as agências estavam praticando, com a diferença que poderíamos montar o nosso cronograma. Em grupos somente o serviço de transporte (sem guia) sairia por R$ 30,00 por pessoa e com o Sr. Oneide saiu por R$ 70,00 para o casal. Combinei com ele para passar as 9:00 na pousada.

Poderíamos ir de moto aos passeios, pois os acessos não são complicados, apesar de exigir percorrer de 11 a 23 km em estrada de chão o que eu não estava muito disposto a fazer, afinal a moto é novinha (sei que é frescura da minha parte, mas fazer o que). Além do que contratando o serviço passeamos sem nos preocupar aonde deixar a moto e levar roupas para moto e para caminhada. Isso também aprendemos com a experiência de Pucón que repeti no deserto do Atacama e cânion Colca.

Antes de retornar a pousada passei em um mercado para comprar bolachas e água para consumir durante o passeio, visto que não existem lanchonetes / restaurantes dentro dos parques da região. Quando cheguei a pousada a Carla já estava pronta e fomos tomar o café da manhã. Ele é simples, mas muito bom: com 3 tipos pães, bolos, doces, queijo, presunto / salame, iogurte, café, leite, chá e suco.

As nove em ponto estávamos na frente da pousada e em poucos minutos chegou o Sr. Oneide em seu Chevrolet Prisma. Ele muito educado deixou-nos a vontade e quando puxávamos papo falava da região nos respondendo com detalhes. Em pouco menos de 30 minutos chegamos ao Parque Nacional Aparados da Serra que abrange três cânions, sendo que somente o Itaimbezinho é aberto a visitação.

Para acessar o parque paga-se uma taxa de R$ 6,00 por pessoa e na sede do parque há uma maquete onde um atendente fala sobre as formações geológicas e as trilhas que são auto-guiadas. Fizemos duas, a do Cotovelo e a do Vértice, ambas lindíssimas e fáceis de serem percorridas. O tempo estava nublado e com muita serração, por conta disso em nenhum momento conseguimos ver o cânion por inteiro, apesar disso conseguimos curtir o visual do cânion e das cachoeiras que despencam magnificamente do topo dos platôs até o rio do Boi no fundo do cânion 720 metros abaixo de onde estávamos. Ao total ficamos um pouco mais de 3 horas no parque.

Retornamos ao estacionamento onde o Oneide ficou nos aguardando. No retorno a cidade negociamos (também por R$ 70,00) para ele nos levar a Cascata dos Venâncios. Ela fica localizada no outro extremo do município e por conta disso chegamos lá somente as 15:00 horas. Essa cascata é uma sequencia de 4 quedas muito volumosas e belas. Paramos em ponto estratégico em termos de visual e comemos o nosso “almoço”. Ficamos tirando fotos e curtinhdo o visual por pouco mais de uma hora. Antes de retornarmos para o carro a Carla não resistiu e molhou os pés na água gelada do rio. As 16:45 chegamos a pousada e antes dos despedirmos do Sr. Oneide agendamos, por R$ 60,00, o passeio para o cânion Fortaleza, que iríamos realizar no dia 26/03.

A primeira coisa que a Carla fez ao chegar a pousada foi acender a lareira e logo após o banho ela sentou-se no sofá em frente a lareira com os pés praticamente dentro para aquecê-los da água gelada do rio. Depois de relaxarmos saímos para jantar.

Seguimos a dica da agencia Cadiz Turismo de Curitiba e fomos ao Sendero Bistrô. É um restaurante pequeno, bem novinho que serve lanches requintados e alguns pratos a La carte. O atendimento é de primeira e a comida também. Recomendo.

Retornamos para a pousada antes das 21:00 e o que mais chamou nossa atenção no caminho foi como a cidade estava “morta”. Não havia uma pessoa sequer circulando pelas calçadas e muito menos carros. Quanta diferença com a cidade grande!








4o dia – 25/03/2013
Cambará do Sul (RS) – Caxias do Sul (RS) – Cambará do Sul (RS): 275,3 km

As 8:40, já de café tomado, saímos de Cambará do Sul em direção a Caxias do Sul onde eu havia agendado para as 10:00 horas a revisão de 1.000 km da moto na concessionária Reação Motos.

A estrada é toda em pista simples, com muitas curvas e asfalto bom, com exceção dos últimos 30 quilômetros antes de Caxias do Sul. Esse trecho final está com muitos buracos grandes e profundos. Por conta disso baixei bem a velocidade de cruzeiro por precaução. Somando isso ao transito da segunda maior cidade do Rio Grande do Sul acabamos chegando as 10:15 na concessionária. Quanto ao caminho dentro de Caxias do Sul o GPS fez o trabalho.

O Ronaldo, responsável pela oficina, nos atendeu muito bem e coordenou para que a moto fosse revisada de forma que as 13:15 quando retornamos da visita a vinícola Chateau Lacave já estivesse pronta.

Quanto a esta visita, recomendo que seja feita caso esteja passando por Caxias. Ela fica as margens da BR-116 e é de fácil acesso. Dura em torno de 1 hora e é bem legal, apesar da vinícola ter sido transferida para a fronteira com o Uruguai. O que realmente impressiona é a construção em forma de castelo medieval. Durante a degustação realizada no final da visitação a Carla se encantou com alguns vinhos e acabamos comprando. Ao total foram 5 garrafas que depois deram um bom trabalho para serem acomodadas, pois quando saímos de casa já estávamos com os baús cheios. O passeio custa R$10,00 por pessoa e precisa ser agendado por e-mail.

Passamos em um banco, fizemos um saque e almoçamos em um Buffet bem simples no centro. A comida era caseira e muito gostosa. Não chegamos nem a fazer a digestão e pegamos a estrada para retornar a Cambará pelo mesmo caminho que fizemos para ir de forma que as 16:30 chegamos a pousada. Sendo que os últimos 18 quilômetros pegamos muita chuva.

Mais uma vez antes de sair para jantar acendemos a lareira e ficamos nos aquecendo até dar a hora. Como gostamos muito do Sendero Bistrô retornamos a ele. Enquanto jantávamos fomos brindados pela lua cheia aparecendo no horizonte.

No retorno para o hotel passamos no mercado e compramos o lanche para o passeio do dia seguinte. O cânion Fortaleza.